E o amor invade... E fim?Diz Djavan que sim.

Concordo com a frase,mas não com o sentido.Compliquei?Talvez..peraê!
O amor invade e td mundo já pensa em casar (td bem,nem td mundo.Ufa!)...e fim!!é isso mesmo...acabou...final...fim..the end!!
Antes de ontem recebi um recadinho pelo Orkut que dizia o seguinte: “Amiga,vamos sair,preciso te contar uma GRANDE novidade.Beijos.”
E neste mesmo dia o meu chefe tinha me ligado pra ir arrumar a loja,pois no outro dia eu voltaria a trabalhar,depois de 2 meses de folga...resumindo,eu estava exausta no fim do dia e só queria chegar até a minha cama e “deitar e rolar no edredom”,mas o clima da amizade nos dá forças para certos sacrifícios.
Precisei colocar uma roupa que amenizasse a minha cara de cansada.Precisei escolher bem.Precisei pensar alto.Mais alto que o meu salto 15. E fui cansada,alta,arrumada e..'mui amiga'!
Onde ir numa quarta-feira à noite em Aracaju ?Quer dizer,quarta é dia de jogo,os homens parecem que não têm TV em casa e se reúnem com tds os amigos em tds os bares da cidade para gritar,berrar,sofrer e beber juntos.Ai homens,”mas se não tê-los,como fazê-los?”...
Sim,voltando..
Rodamos muito até o jogo acabar e tds os homens lembrarem que existia além da TV, uma mulher em casa esperando por eles...aos que não fossem casados,existiam uma mulher do mesmo jeito,nesse caso bem menos perigosa...era a mãe!
Decidimos ficar no Acapulco!
A novidade não era digna de tanto sacrifício e tanta gasolina...a novidade não era boa e nem ruim.Era péssima,mas a minha amiga não sabia disso.
O quê??Tô louca??Tô nada.Pensem comigo.Ela disse em alto e bom som: “Amiga,vou casar e estou indo pra Flórida porque ele conseguiu emprego lá.”
Extraia vc agora o que tem de bom na frase...5...4...3...2...1...pimmmmm.Tempo esgotado!Vou ajudar: ÊNI-A-DÊ-A..nadica de pitibiribas!Em primeiro lugar porque ela vai casar e em segundo lugar que ela vai pra Flórida porque ELE arranjou emprego lá..e ela vai fzr o que mesmo lá??Dá suporte emocional??Ah,é claro..quase esqueci que é este o real papel da mulher no casamento.
E logo em seguida veio a segunda frase dela: “Ah,amiga,já estou organizando a festa,vamos comigo amanhã pra gente ver o salão”...mas será que eu precisava participar disso tudo de boca calada??Foi isso o que eu fiquei me perguntando durante a noite toda entre um copo e outro de cerveja (nem tão gelada!!)...mas o meu superego(meu controlador!) fez o favor de manter a minha boca fechada nas horas devidas,especialmente qndo veio a terceira frase dela: “E aí amiga,gostou da minha novidade?Ou está triste porque vou embora?”.Se eu repondesse que estava triste por tudo será que ela ficaria com raiva??Eu tive quase uma certeza de que sim e mais uma vez o meu superego me segurou.A minha resposta foi: “Amiga,vamos beber!”..acho que ela pensou que fosse pra comemorar.
Durante a noite toda existiu um tiroteio de perguntas disparadas quase simultaneamente para uma única mira:meu cérebro!.”Por que ela quer estragar tudo casando?”..”Por que gastar dinheiro com festa se o trabalho de um bom advogado custa muito dinheiro?” “Por que ela tem que ir pra Flórida se foi ele quem arranjou emprego?” “E a faculdade de Direito dela aqui?”
Será que amar é mesmo se privar da nossa própria vida pra viver a vida de outra pessoa,assumindo os seus gostos,amigos e temperos?
Eu aprendi que amor só dura em liberdade...Raul Seixas concorda comigo!Sem pretensão nenhuma da minha parte!Não exatamente no mesmo contexto junto com Djavan,mas eles estão me ajudando bastante a redigir este texto.Sou muito grata por isso.
Alguém poderia me explicar porque uma relação homem-mulher tem que ser tão baseada e voltada para o casamento como último passo do manual de vida “Como ser feliz”?
Porque quando tem um casal de amigos namorando há muito tempo sempre vem um babaca e faz: “E aí vcs,qndo casam?”...parece que o ciclo de vida é nascer,crescer,ficar burro,casar e ter filhos (não necessariamente nesta ordem,poderiam ter filhos e depois casar,mas de qualquer forma o "ficar burro" vem antes de qualquer um das duas hipóteses")
Chegar na frente de um altar,embalada ao som de uma "Ave Maria",conduzida pelo pai até o noivo para este pegar pela mão e beijar a testa como se dissesse: "Pronto João,obrigada agora ela me pertence!",se ajoelhar na frente do padre (representante de Deus) e jurar fidelidade e amor como se isso fossem bens concretos e adquiridos em qualquer vitrine numa loja de conveniências que vc pudesse comprar assim que acabasse...Por favor,se eu resolver um dia entrar nesse caldeirão de hipocrisias eu peço encarecidamente:
-“Coloca o caldeirão a 100 graus ou pega o meu tarjinha preta no criado-mudo mais próximo”

E minha noite findou assim,entre loucuras,procuras,transgressões,suposições, distrações,frustrações e condolências.