quinta-feira, 2 de outubro de 2008

-Quem chora nem sempre é o perdedor!-



Era como se a vontade de estar perto tivesse se transformado exatamente naquele instante no mais puro desejo de nunca ter estado ali.
As pernas queriam ir embora,mas o coração continuava burro e a impressão que se tinha era de que ele assim permaneceria por muito mais tempo.
Os ouvidos tentavam se fechar para não ouvir o que no fundo a consciência já sabia.
As mãos desobedeciam completamente a ordem natural das coisas,que naquela hora exata seria esbofetar-se.Mas as mãos só queriam acariciar onde já não existia carinho.
A razão pedia humildemente para que alguma atitude fosse tomada.Mas naquele momento a razão perdeu de 1.000 X 0 para a vontade de reverter aquele quadro.
Sabia-se que não teria chances de uma ressurreição,mas a esperança ressuscitou umas trocentas vezes num período de tempo muito pequeno.
O desejo era de abraçar e pedir para que tudo fosse um sonho ruim,daqueles que a gente reza pra acordar.Esqueceu mesmo foi de rezar antes de fechar os olhos.
As palavras perderam o significado,existia uma moldura nelas,se transformaram em palavras não tão duras.Tudo começou a ser interpretado pelo lado melhor para que não doesse tanto.
Ela esperou fervorosamente que os lábios dele se mexessem e fizessem intrepretar um som parecido com algo que confessasse a brincadeira e que ele não iria a deixar.
Nunca passou pela cabeça dela que ele pudesse um dia abandoná-la.Isso realmente era inadimissível.
Mas a certeza de que não se tinha tom algum de brincadeira se deu no momento em que ele decidiu que iria embora.Ele levantou.
Ela pensou e teve a certeza de que daquele momento em diante ela não conseguiria se mover.
Ela pensou várias vezes que já estava sem forças pra lutar contra o "inlutável".Por várias vezes ela errou.
Ele realmente partiu.
Nem sei se posso dizer que ela ficou,talvez ela tenha sido largada por ele.Não ficou aqui por opção própria.
A dor era inevitável.O sofrimento era opcional.E ela decidiu sofrer.
Ela curtiu essa dor com todas as amarguras que isso poderia trazer.Ela tinha que fazer isso.Curtir este momento como se fosse o único...e foi.
Dizem que a cada mil lágrimas sai um milagre.

Ela continuou na mesma cidade,no mesmo bairro e até na mesma casa.Ela só mudou de consciência.Adquiriu uma mais madura e abandonou aquela que dizia "que ele era tudo pra ela".Essa foi para o lixo embrulhada numa sacolinha amarela de supermercado.
Dele nao se tem notícias mais.A última que se sabe é de que já está de (novo)amor e bem longe.
A consciência nova trouxe já instaladas algumas definições importantes.
Uma delas diz que não se pode confundir amor com vaidade.
Ele a machucou porque atingiu o que ela possuia de maior: a vaidade.

Hoje eu fiquei sabendo que ela está andando por aí de braços dados com um novo rapaz.Ouvi dizer que eles se divertem muito juntos.Ela ouviu dele que jamais a deixaria.Ela não quis comentar.



Azarado é quem nunca sofreu de algo que se assemelhe a isso para poder distinguir a diferença entre sofrer por ser deixado por alguém (vaidade)e sofrer por não poder doar mais o sentimento que se tem (amor).

2 comentários:

Amália Morais disse...

faxina no blog, no coração e afins, né flor? Ahhh, super parabéns pelo dez, mais que merecido pra melhor e mais linda estudante de publicidade e propaganda do mundoooooooo :D E quanto ao seu comentário no blog, a honra é toda minhaaa!! E com fé em Deus vai tudo se concretizar, vc vai ver, mesmo que ainda tenha muuuuita agua pra rolar. Flooooooooooor, eu tou indo amanhã pra acaraju, vc é muuuito enrolada, quero te ver viu? bjos

Helena Gabrielle disse...

Eu vi nesse texto algo de mim sendo posto a tona! Eu nao moro mais na mesma cidade..ou no mesmo lugar, nem estudo mais na mesma escola...mas a minha consciencia mudou! O que diria vc tal Carol, por ter sido indispensavel na metamorfose disso!? NAo pare de escrever, por vafor, senao a minha vida tbm para! :)